Autores:
Helen Joice Dos Santos De Souza¹
¹ Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário – FAMETRO, Manaus/AM.
RESUMO
Temos observado um aumento das cirurgias estéticas no País, especialmente as cirurgias bariátricas seja por questões de saúde ou estética. Uma questão que tem preocupado os profissionais da área é o pós operatório. Portanto, é fundamental uma boa e rápida recuperação do paciente no retorno das atividades normais. Nesse ponto, se destaca o profissional fisioterapeuta como essencial nessa recuperação. Uma das técnicas muito utilizada no pós operatório da cirurgia bariátrica é drenagem linfática. Objetivo: Analisar os benefícios da drenagem linfática na reabilitação no pós operatório da cirurgia bariátrica. Metodologia: Foi realizada revisão bibliográfica de caráter descritivo que teve duração de quatro meses (agosto à novembro de 2020). A pesquisa utilizou a base de dados SCIELO, PUBMED, LILACS, MEDLINE, Biocursos e livros. Resultados Esperados: Confirmação dos benefícios da drenagem linfática na reabilitação do paciente no pós operatório da cirurgia bariátrica.
Descritores: Cirurgia Bariátrica; Drenagem Linfática; Benefícios; reabilitação.
ABSTRACT
We have seen an increase in cosmetic surgeries in the country, especially bariatric surgeries, whether for health or aesthetic reasons. One issue that has concerned professionals in the area is the postoperative period. Therefore, a good and quick recovery of the patient when returning to normal activities is essential. At this point, the physiotherapist professional stands out as essential in this recovery. One of the techniques widely used in the postoperative period of bariatric surgery is lymphatic drainage. Objective: To analyze the benefits of lymphatic drainage in rehabilitation after bariatric surgery. Methodology: A descriptive bibliographic review was carried out, lasting four months (August to November 2020). The research used the SCIELO, PUBMED, LILACS, MEDLINE, Biocourses and books database. Expected Results: Confirmation of the benefits of lymphatic drainage in patient rehabilitation after bariatric surgery.
Descriptors: Bariatric Surgery; Lymphatic Drainage ; Benefits, rehabilitation.
INTRODUÇÃO
Segundo levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM)1 avaliando um período de oito anos, o número de cirurgias bariátricas cresceu 84,73% entre 2011 e 2018. Foram realizados no período aproximadamente, 424 mil cirurgias da obesidade no país. Em 2016 foram 62.227 cirurgias, em 2015, foram realizadas 58.686; em 2014, 53.156; em 2013 a marca foi de 50.321; em 2012 40.411 e em 2011, 34.629 procedimentos foram realizados.
Segundo Tavares, Nunes e Santos (2010), a obesidade é considerada um problema de proporção mundial pela Organização Mundial de Saúde, porque atinge um número elevado de pessoas e predispõe o organismo a várias doenças e morte prematura.
Para Silva e Mejia (2012), Drenagem Linfática Manual é uma técnica utilizada no pós-operatório de lipoaspiração e abdominoplastia. É uma terapia potencializadora para redução não só de edemas, como também a prevenção de seromas, fibroses e aderências. O sistema linfático representa uma via auxiliar ao sistema circulatório sanguíneo, cuja função é recolher o líquido intersticial que não retornou aos capilares sanguíneos.
Além de reduzir o edema e hematomas, a DLM auxilia o processo de reparação tecidual em virtude do fibrinogênio presente na linfa, previne a formação de fibroses e aderências, favorece a reconstrução dos capilares linfáticos e possui efeito analgésico” (TACANI, 2005).
Como bem observa Tacani (2005), a drenagem linfática manual com as suas características preventivas a edemas, é a maneira mais eficaz de combate e prevenção da evolução de fibroses ou fibroescleroses presente.
O presente projeto visa fazer uma analise da literatura no que tange a utilização da drenagem linfática no pós operatório em cirurgia bariátrica, O tema se revela de extrema importância tendo em vista o crescente numero de pessoas realizando cirurgias, sejam elas estéticas ou relacionada a saúde. Então a redução de edemas, a eliminação de líquidos tornam-se fundamentais para recuperação do paciente, bem como um melhor resultado da operação. Portanto, o profissional fisioterapeuta deve compreender o funcionamento do sistema linfático e ter total domínio da técnica da drenagem para a correta aplicação da técnica e os objetivos pretendidos sejam alcançados.
METODOLOGIA
refere-se a um Levantamento de Dados de referência bibliográfica, com o método dedutivo e Objetivo descritivo dos artigos científicos em relação ao tema, teve início no mês de agosto/2020. A revisão é evidenciado através dos artigos científicos expostos e revista especializadas na área da saúde, artigos, Revista, livros e outros, publicados entre os anos 2000 a 2020, disponíveis em bases de dados como, SCIELO Org (Scientific Electronic Library Online), LILACS (literatura latino-americana e do Caribe em ciências da saúde) e PubMed tendo os seguintes descritores pesquisados: Cirugia bariátrica, drenagem linfática, benefícios, reabilitação.
O período de pesquisa dos artigos corresponderá 4 meses (agosto, setembro, outubro e novembro/2020). Foram excluídos os trabalhamos como Teses e Monografias sem publicações científicas para compor o embasamento teórico desse projeto, incluindo duas referências bibliográficas. Como critério de inclusão foram usados artigos, revistas eletronicas, portal e livros de referências biográficas que aborda conteúdo relacionado ao tema em questão, pesquisa relacionada a obesidade, pós operatório de cirurgia bariátrica, recuso terapêutico drenagem linfática, dermato funcional, com período de publicação de 2000 a 2021.
A busca dos artigos em resultou: 1 artigos no PUBMED, 1 artigos no LILACS , 4 artigos no SCIELO, 1 artigos na revista médica (RMMG),1 artigo na revista CINERGIS, 1 artigo na revista USP, 5 Artigos da Biocurso. Foram incluídos artigos que abordassem sobre Fisioterapia no pós operatório na cirurgia bariátrica e os benefícios da drenagem linfática e 10 artigos e teses como critério de exclusão, além da inclusão de 7 livros para contemplaram o desenho metodológico proposto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram incluídos nesta análise o total de 19 artigos que realizaram estudos para Analisar os benefícios e atuação da drenagem linfática na reabilitação no pós operatório da cirurgia bariátrica
A Tabela 1, mostra os resultados dos estudos encontrados para posterior discussão deste trabalho.
Ano | Autor | Objetivo | Tipo de Estudo | Resultados |
2000 | CAMARGO e MARX | Informar que o edema é o acúmulo anormal de líquido intersticial. | Referência bibliografia (livro) | Afirmam que a técnica de drenagem linfática manual vem sendo defendida para ser começada no primeiro dia pós-operatório com manobras de evacuação e captação nas redes ganglionares e vias linfáticas. |
2000 | LEDUC e LEDUC | Descrever e mostrar as manobras da técnica da drenagem Linfática. | Referência bibliografia (livro) | As Manobras captação, reabsorção, evacuação mostra grande resultado na diminuição do edma. |
2001 | BARROS | Mostra a Drenagem linfática manual, como uma das formas terapêuticas mais eficaz em tratamentos pós cirúrgicos. | Referência bibliografia (livro) | DLM é um recurso para tratar consequências de alterações vasculares, características da fase inicial quando ocorre o reparo tecidual e o edema. |
2001 | GODOY et al. | Avaliar a redução de medidas da circunferência dos membros inferiores em pacientes com linfedema. | Estudo de Ensaio Clínico | Em todos os Pacientes quando foi associada a bandagem e a drenagem linfática a redução da circunferência do membro foi maior. |
2004 | GUIRRO e GUIRRO | Designar a Fisioterapia Dermato-Funcional, a qual prevê a prevenção, promoção e recuperação do indivíduo no que se refere aos distúrbios endócrino/metabólicos, dermatológicos, circulatórios e/ou musculoesquelético. | Referência bibliografia (livro) | O sistema linfático se assemelha ao sanguíneo, porém, existem diferenças entre esses dois sistemas, como ausência de um órgão bombeador no sistema linfático, além deste ser microvasculotissular. |
2005 | GODOY e GODOY | Transformar a drenagem linfática como abordagem clínica na principal forma de tratamento. | Estudo observacional | Divulgada nas décadas de 60 e 70 despertando interesse de alguns médicos em razão dos resultados obtidos. |
2006 | BORGES | Demostrar a atuação na área da Fisioterapia Dermato-Funcional no tocante ao tratamento das disfunções estéticas e daquelas de caráter reabilitacional. | Referência bibliografia (livro) | A drenagem linfática manual atua sobre o edema e hematoma pós-lesão. Mas, além dessa função, auxilia na reparação de ferimentos, pois o fibrinogênio da linfa é o elemento responsável pela formação de coágulos, que darão origem à barreira protetora das lesões. |
2006 | MILANI et al. | Patologias nas quais o fisioterapeuta pode atuar. | Revisão de literatura | Fisioterapeuta pode atuar, como fibroedema gelóide (celulite), estrias, linfedema, no pré e pós-operatório de cirurgia plástica, queimaduras, cicatrizes hipertróficas e quelóides, flacidez, obesidade e lipodistrofia localizada. |
2006 | HERPERTZ | Levantar questões do que está por trás do edema. | Referência bibliografia (livro) | O fluxo linfático é impelido principalmente pela contração dos linfangions e também através das atividades musculares. |
2010 | ELWING e SANCHES | Facilitar a compreensão da fisiologia do sistema linfático na parte prática, um passo a passo das manobras realizadas . | Referência bibliografia (livro) | A técnica de Vodder baseia-se em movimentos monótonos, lentos, harmoniosos, suaves e rítmicos, respeitando sempre o sentido do fluxo linfático superficial em direção ao terminal (subclavicular), onde finda a circulação linfática. |
2010 | MACEDO e OLIVEIRA | Abordagem fisioterapêutica no pré e pós operatório de cirurgia plástica. | Referência bibliografia (livro) | Afirma que o fisioterapeuta poderá avaliar vários fatores que estejam relacionados à disfunção estética, dentre eles retrações musculares, deformidades articulares, desvios posturais que levam a alguma alteração estética e funcional. |
2010 | MORO e ALDENUCCI | Mostrar que a obesidade leva a um aumento de morbidade e mortalidade. | Revisão de literatura | Técnica também chamada de Capella, proporciona uma perda média de peso de 30 a 40% do peso corporal, atingida em 12 a 18 meses de pós-operatório. |
2010 | TAVARES et al | Discutir as causas da obesidade e suas consequências na qualidade de vida das pessoas. | Revisão de literatura | Impacto da queda da QV na função diária dos obesos e parâmetros para serem usados para comparar a eficácia de determinados tratamentos. |
2011 | MENDONÇA e RODRIGUES | Abordar as dermatoses que mais acometem pacientes obesos e seu tratamento, principalmente na aplicação adequada da fisioterapia dermato-funcional. | Artigo de revisão | Redução de edema feito com drenagem linfática é indicado para todas as técnicas cirúrgicas e permite abordagem mais precoce. |
2011 | TACANI et al. | Verificar os efeitos da intervenção fisioterapêutica no tratamento | Relato de caso | Foram realizadas nove sessões até a alta no 16º dia pós-lesão, observando-se apenas a redução gradativa da dor e da equimose |
2012 | AMORIM | O caracterizar a presença da drenagem linfática manual no linfedema | Estudo de caso, qualitativo do tipo descritivo. | Trabalho foi analisar se a intervenção fisioterapêutica escolhida apresentou uma redução significativa no edema melhorando a qualidade de vida. |
2012 | SILVA e MEJIA | Mostra que Drenagem Linfática Manual é uma técnica utilizada no pós-operatório de lipoaspiração e abdominoplastia | Revisão bibliográfica | Eficácia e prevenção precoce de edemas, hematomas, seromas, fibroses, aderências, equimoses dentre outros. |
2012 | SOUZA | A descrever a drenagem linfática, utilizando as manobras descritas por Vodder. | Revisão bibliográfica | Eficácia na prevenção e tratamento de complicações causadas pela imobilidade articular. |
2020 | ALMEIDA e MEJIA | Intervenção fisioterapêutica dermato-funcional no pós-operatório de cirurgia bariátrica. | Estudo de natureza documental | Decorrer desta pesquisa que o Brasil, apesar de não haver um número expressivo de estudos, possui uma grande população de pessoas obesas semelhante aos países desenvolvidos. Os artigos analisados mencionam a drenagem linfática manual como um dos tratamentos de intervenção pós- operatório. |
2020 | GALLÉ et al. | Avaliar os efeitos de um programa educacional e motivacional pós-operatório. | Ensaio Clínico | 82 pacientes inscritos, medidas de acompanhamento foram obtidas de 28 (85,7% mulheres, média de idade 38,2 ± 8,7) e 42 (71,4% mulheres, média de idade 40,2 ± 9,5) pacientes incluídos no grupo, apresentou alterações menores, principalmente no que se refere à qualidade de vida e aptidão física. |
Segundo Santos (2020), o sistema linfático atua garantindo o retorno do fluido contido nos tecidos circundantes para o sangue. Esse fluido, quando entra no sistema linfático, é chamado de linfa e possui uma circulação unidirecional, indo sempre em direção ao coração. O sistema linfático é constituído por capilares linfáticos, vasos linfáticos, ductos linfáticos (ducto torácico e ducto linfático direito) e linfonodos. Os capilares linfáticos são os menores vasos condutores do sistema linfático. Eles se originam no tecido conjuntivo como microscópicos vasos de fundo cego, que se unem, formando vasos maiores, os vasos linfáticos.
De acordo com Guirro e Guirro (2004), o sistema linfático se assemelha ao sanguíneo, porém, existem diferenças entre esses dois sistemas, como ausência de um órgão bombeador no sistema linfático, além deste ser microvasculotissular. As artérias e veias do sistema de vasos sanguíneos formam uma circulação completa ou fechada, que é impulsionada pelo coração. O sistema de vasos linfáticos forma apenas uma meia circulação que se inicia cegamente no tecido conjuntivo e desemboca pouco antes do coração, nas veias. O fluxo linfático é impelido principalmente pela contração dos linfangions e também através das atividades musculares (HERPERTZ, 2006).
Conforme descreve Santos (2020), os vasos linfáticos vão se juntando e terminam em dois grandes ductos, o ducto torácico e o ducto linfático direito. O ducto torácico é o maior vaso linfático do nosso corpo e é o tronco comum a quase todos os vasos linfáticos. O ducto linfático direito é menor e é responsável por transportar a linfa proveniente dos locais que não foram recolhidos pelos vasos que desembocam no ducto torácico.
No curso dos vasos linfáticos, encontramos os linfonodos, que são pequenos corpos ovais formados por tecido linfático e envoltos por cápsulas de tecido conjuntivo. As cápsulas projetam-se para o interior dos linfonodos, formando estruturas chamadas de trabéculas. Essas trabéculas dividem o parênquima em compartimentos.
Conforme expõe Almeida e Mejia (2020), nos dias de hoje, a obesidade é uma questão bastante discutida e polemizada, pois a mesma acarreta uma enorme quantidade de patologias. Esta leva a um aumento de morbidade e mortalidade e está associada à resistência insulínica, dislipoproteinemia, diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, apnéia do sono, osteoartrite e câncer de mama1,2,3,4. E com isso a cirurgia bariátrica tem se tornado acessível e frequente. Umas das maiores queixas do paciente no pós-operatório é a recuperação no aspecto físico e nas atividades diárias.
De acordo com Gallé et al (2020) com base de estudo clinico um grupo de pacientes bariátricos adultos sedentários optou por frequentar um programa de exercícios de 12 meses integrado com educação alimentar e apoio motivacional, ou receber os cuidados habituais. Os hábitos alimentares, transtorno da compulsão alimentar periódica, atividade física, qualidade de vida relacionada à obesidade, índice de massa corporal, circunferência da cintura e quadril, VO2máx, força e flexibilidade foram avaliadas no início e no final do estudo em ambos os grupos. Em um total de 82 pacientes inscritos, medidas de acompanhamento foram obtidas de 28 (85,7% mulheres, média de idade 38,2 ± 8,7) e 42 (71,4% mulheres, média de idade 40,2 ± 9,5) pacientes incluídos no grupo de intervenção e controle, respectivamente. Todos os resultados comportamentais e físicos melhoraram significativamente nos participantes da intervenção, enquanto o grupo controle apresentou alterações menores, principalmente no que se refere à qualidade de vida e aptidão física.
Moro e Aldenuci (2010) apud Fonseca (2001), a Cirurgia – Bypass Intestinal reversível Hipofuncionante idealizada e desenvolvida por Dr. José Lazzarotto de Melo e Souza. É a técnica mais aceita mundialmente, e com melhores resultados, segundo. Associa a redução do reservatório gástrico com uma diminuição da absorção jejunal (gastroplastia vertical associada a derivação gastrojejunal); esta técnica também chamada de Capella, proporciona uma perda média de peso de 30 a 40% do peso corporal, atingida em 12 a 18 meses de pós-operatório. Esta perda, longe de restaurar a perfeição estética, melhora a qualidade de vida e possibilita um controle mais adequado da hipertensão arterial e dos distúrbios metabólicos, permitindo que os pacientes se reintegrem a muitas atividades profissionais e socioculturais.
Conforme Almeida et al (2006) a Banda Gástrica Ajustável é uma das técnicas mais utilizada na Cirurgia Bariátrica. É introduzida em intervenção cirúrgica realizada por videolaparoscopia, esta feita através de orifícios onde se introduz a banda de silicone que produzirá o efeito do volume gástrico. Esta técnica é considerada minimamente invasiva, sem agressão cirúrgica, isto quer dizer que a intervenção é realizada em um dia com alta no dia seguinte. A Banda Gastrica pode ser insuflada e desinsuflada, a qualquer tempo, em procedimento de consultório, sem precisar de nova cirurgia o que permite a adequação da quantidade de alimento ingerido de acordo com a tolerância do paciente.
Existe um procedimento cirúrgico comprovado para tratamento da obesidade mórbida: gastroplastia vertical de Mason (técnica restritiva, onde tornam impossível que o paciente consuma grandes quantidades de alimentos sólidos). As complicações foram infreqüentes e raramente sérias. Os critérios fundamentais para a cirurgia são a existência de risco médico muito alto (IMC acima de 40 Kg/m² ou ainda entre 35 e 39 Kg/m² quando associado à co-morbidade importante), obesidade presente há pelo menos cinco anos, ausência de história de alcoolismo ou desordem psiquiátricas e idade entre 18 a 65 anos.O Marcapasso Gástrico ainda está em fase experimental de desenvolvimento, sendo testado atualmente nos Estados Unidos e na Itália. Eletrodos são implantados no estômago e o Marcapasso Gástrico manda ondas elétricas para o estômago, fazendo com que fique permanentemente em contração, causando uma sensação de saciedade. Assim sendo, o paciente acaba comendo menos e perde peso. Esta técnica também é realizada por videolaparoscopia. O marcapasso mantém-se ativo através do uso de baterias, cuja durabilidade média é de 10 anos, prazo este para subistituí-lo. (MORO E ALDENUCI (2010) apud BELSINGER et al (2000).
A drenagem é uma técnica de compressão manual dos tecidos que utiliza pressões intermitentes e tem como objetivo aumentar o fluxo da circulação linfática para tratamento de patologia (SOUZA, 2012). Essa técnica foi desenvolvida na década de 1930, pelo terapeuta dinamarquês Emil Vodder e sua esposa. Ao longo dos anos, esse tipo especial de massagem sofreu algumas modificações, mas seu principal objetivo continua o mesmo: estimular o funcionamento do sistema linfático.
De acordo com Elwing e Sanches (2010), a técnica de Vodder baseia-se em movimentos monótonos, lentos, harmoniosos, suaves e rítmicos, respeitando sempre o sentido do fluxo linfático superficial em direção ao terminal (subclavicular), onde finda a circulação linfática. Publicadas por Vodder em 1936 as manobras fundamentais de Drenagem Linfática Manual (DLM), foram denominadas e classificadas em círculos verticais, bombeamento, manobras de tração e de torção.
Segundo Silva e Mejia (2012), é importante respeitar a anatomia e fisiologia do sistema linfático além da integridade dos tecidos superficiais. Para tanto a drenagem linfática manual precisa ser realizada de forma suave, lenta e rítmica, sem causa dor, danos ou lesão aos tecidos do paciente.
Para Godoy, Godoy e Godoy (2005) a drenagem linfática manual constitui em um dos grandes pilares do tratamento do linfedema e contribui para transformar a abordagem clínica na principal forma de tratamento, foi desenvolvida a partir de um estudo observacional e divulgada nas décadas de 60 e 70 despertando interesse de alguns médicos em razão dos resultados obtidos.
Na década de sessenta a drenagem linfática começou a ser empregada com a intenção de melhorar os resultados cosméticos de cirurgias. Desde então, já eram observados os benefícios da drenagem linfática manual no tratamento e prevenção de algumas complicações no pós-cirúrgico. Sendo que a execução de manobras no pós-operatório imediato apresenta grandes benefícios para a prevenção e tratamento das sequelas procedente do ato cirúrgico. A drenagem linfática manual aplicada com movimentos rítmicos atua de forma eficaz na drenagem do edema proveniente do ato cirúrgico (SILVA E MEJIA 2012).
Ultimamente, a drenagem linfática manual está representada principalmente por duas técnicas a de Leduc e a de Vodder. Ambas são baseadas nos trajetos dos coletores linfáticos e linfonodos (SILVA E MEJIA 2012).
As manobras da drenagem Linfática de Leduc Baseia-se: Manobra de captação: é realizada sobre os segmentos edemaciados, visando aumentar a captação da linfa pelos linfocapilares. Manobra de reabsorção: as manobras se dão nos pré-coletores linfáticos, os quais transportarão a linfa capitada pelos linfocapilares; Manobra de evacuação: o processo de evacuação ocorre nos linfonodos que recebem a confluência dos coletores linfáticos.
Segundo Silva e Mejia (2012), as manobras básicas da drenagem linfática de Vodder diferenciam-se quatro tipos de movimentos: círculos fixos, movimentos de bombeamento, movimentos do “doador” e movimento giratório ou de rotação. Círculos fixos: Promove um estiramento do tecido, causando uma pressão/descompressão, isso é feito com a mão espalmada sobre a pele e realizando movimentos circulares com os dedos, esses movimentos são realizados de 5 a 7 vezes no mesmo lugar.
Segundo Moro (2020), após a cirurgia o paciente vivencia nova condição de saúde, refletida pela melhora ou mesmo pela resolução das co-morbidades, especialmente o diabetes tipo II, e pela própria perda de peso, com reflexos bio-psicossociais positivos. Entretanto e quase que simultaneamente, o paciente defronta-se com a nova imagem corporal. A perda do excesso de peso poderá produzir um corpo magro, normal ou ainda com sobrepeso ou até mesmo obeso, a depender da gravidade da condição ponderal prévia. Uma condição constante nessa nova imagem corporal é a flacidez cutânea associada à ptose das diversas regiões anatômicas, como mamas, braços, coxas, glúteos e tronco.
Para Mendonça e Rodrigues (2011), no pós-operatório o momento da intervenção fisioterapêutica varia de acordo com a cirurgia e como o procedimento realizado. O tratamento para redução de edema feito com drenagem linfática é indicado para todas as técnicas cirúrgicas e permite abordagem mais precoce.
No entendimento de Milani et al (2006), fisioterapia dermato-funcional, está cada vez mais em evidência. Afim de melhor definir essa área de atuação profissional, recfisioterapeuta pode atuar, como fibroedema gelóide (celulite), estrias, linfedema, no pré e pós-operatório de cirurgia plástica, queimaduras, cicatrizes hipertróficas e quelóides, flacidez, obesidade e lipodistrofia localizada.
Macedo et al (2010), afirma que o fisioterapeuta poderá avaliar vários fatores que estejam relacionados à disfunção estética, dentre eles retrações musculares, deformidades articulares, desvios posturais que levam a alguma alteração estética e funcional. Deve-se avaliar as condições circulatórias dos pacientes, estabelecendo presença de alteração como edemas/linfoedemas. De uma forma geral, o pré operatório fisioterapêutico funciona também como orientação para o paciente. É nesse momento que é preparado o mesmo para a cirurgia, e onde se conhece suas limitações e começa-se a tratar o plano de tratamento pós cirúrgico.
A Drenagem linfática manual, segundo Barros (2001) é uma das formas terapêuticas auxiliar mais eficaz em tratamentos pós cirúrgicos com a finalidade de estimular a reação do organismo às agressões sofridas pela intervenção obtendo assim melhores resultados. O tratamento deve ser iniciado ainda na fase aguda, já que a DLM é um recurso para tratar consequências de alterações vasculares, características da fase inicial quando ocorre o reparo tecidual e o edema. Cada cirurgia plástica exige alguns cuidados específicos no pós operatório. Algumas delas necessitam da realização de tratamentos estéticos complementares, como a Drenagem Linfática para ajudar na aceleração da recuperação e na otimização dos resultados.
Segundo Godoy, Godoy e Godoy (2011), a drenagem linfática manual constitui em um dos grandes pilares do tratamento do linfedema e contribui para transformar a abordagem clínica na principal forma de tratamento.
A drenagem linfática pode ser utilizada pelo fisioterapeuta e é eficaz para minimizar o edema no pós-cirúrgico de Bariátrico. Além do mais, a aplicação precoce da drenagem linfática manual após a cirurgia pode prevenir complicações, como o seroma e auxilia na reparação de ferimentos, proporcionando uma recuperação mais rápida no póscirúrgico. Para realizar a drenagem linfática é necessário o conhecimento da anatomia, fisiologia do sistema linfático e princípios de hidráulica e hidrodinâmica. É uma técnica sistematizada, cujos movimentos devem ter uma sequência determinada (SILVA E MEJIA 2012).
A drenagem linfática estimula a contração da musculatura lisa dos vasos linfáticos, aumenta a velocidade de transporte da linfa, capacidade de processamento da linfa no interior dos gânglio linfáticos, melhora as condições de absorção intestinal, a atuação do sistema nervoso vegetativo, aumenta a captação de oxigênio pelos tecidos, fornece a nutrição celular pelo maior aporte sanguíneo, eliminação dos produtos finais resultantes do metabolismo tecidual, aumenta a absorção dos nutrientes e princípios ativos através do trato digestivo e a quantidade de líquidos a serem eliminados.
De acordo com Amorim (2012), os efeitos da drenagem linfática estão baseados nos mecanismos fisiológicos de pressões existentes entre os tecidos e os vasos sanguíneos e linfáticos. A drenagem linfática manual está indicada na prevenção e/ou tratamento de edema. A drenagem linfática manual drena o excesso de fluido acumulado nos espaços intersticiais, de forma a manter o equilíbrio das pressões tissulares e hidrostáticas atuando sobre o sistema linfático superficial, visando drenar o excesso de líquido acumulado nesse interstício, nos tecidos e dentro dos vasos, através das anastomoses Superficiais linfo-linfáticas.
Segundo Souza (2012), a drenagem linfática: Atua na otimização ou restauração de sistema linfático deficiente, impulsionando a linfa que está acumulada constituída de resto de acúmulo anormal de líquidos e proteínas, além de resto de células, bactérias e imunocomplexos, com a drenagem linfática, ocorre um impulsionamento maior dessa linfa, fazendo com que ocorra um descongestionamento da vias e restabelecimento do fluxo linfático.
Segundo Macedo (2010) afirmam que indicação da drenagem linfática em cirurgia plástica é necessariamente para a remoção do edema excessivo localizado no interstício. Mas, só ocorrerá a diminuição deste edema quando houver redução da secreção de cortisol, que é liberado durante o processo de inflamação e reparo e no término da formação do tecido cicatricial, em torno de 20 a 42 dias.
Para Camargo e Marx (2000) o edema é o acúmulo anormal de líquido intersticial, com característica predominantemente aquosa e não possui alta concentração protéica. Afirmam que a técnica de drenagem linfática manual vem sendo defendida para ser começada no primeiro dia pós-operatório com a emprego de manobras de evacuação e captação nas redes ganglionares e vias linfáticas, porém somente realizadas nas áreas afastadas da zona edematosa como uma maneira de estimular as anastomoses linfáticas.
A drenagem linfática manual atua sobre o edema e hematoma pós-lesão. Mas, além dessa função, auxilia na reparação de ferimentos, pois o fibrinogênio da linfa é o elemento responsável pela formação de coágulos, que darão origem à barreira protetora das lesões. O trauma agudo ou a inflamação crônica no processo de cicatrização dependem inteiramente da eficiência da circulação sanguínea e linfática (BORGES,2006).
Guirro e Guirro (2002), afirma que a drenagem linfática manual é contra-indicada na presença de: Processos infecciosos, Neoplasias, Trombose venosa profunda, Erisipela.
A drenagem linfática manual não apresenta risco algum para o paciente de pós operatório de cirurgias plásticas, apenas se for mal aplicada concentrando muita força, rapidez excessiva, ou direção errada (BORGES, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desta forma a técnica da drenagem linfática é de extrema importância no tratamento e recuperação pós operatório de cirurgia bariatrica, comprovando a sua éficacia através da manobras de Leduc e a de Vodder realizadas pelos fisioterapeutas trás grande benéficios diminuição do edema, melhorando a circulação e restauração tecidual, pois muitas pessoas no Brasil estão acima do peso chega a obsidade morbida, comprometendo sua saúde por isso optam pela cirurgia bariátrica e depois procuram o fisioterapeuta que o tratamento seja completo e de qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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